sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Traição tem perdão ( cap 3)

CAROL POV

Acordei, tomei banho e fui para a cozinha. Como sempre, primeira a acordar. Não consegui dormir direito com toda aquela discussão estranha de ontem. Muita coisa aconteceu ... eu só sei de uma coisa. As duas tem alguém e eu não ... Aff'.
Bom... o café esquentou... me sentei na mesa.
Não ligo para homens, sempre fui super protetora com as minhas amigas, mas até que ter alguém cairia bem . Terminei a faculdade ano passado e nunca vi tantas coisas assim acontecerem depois da faculdade. risos'
Amanhã eu vou trabalhar na empresa... preciso verificar uma banda. Trabalhar como empresária de música nunca foi o meu forte, mas foi o que eu achei de opção já que eu amo música.

' Beeeeem...'

A campainha? Logo a essa hora? Deve ser o Ricardo...

– Carol! Vai atender a portaaa! - a Pri podia ter deixado quieto que ele tinha ido embora, mas...

Lá vou eu .

– Escuta aqui... A essa hora da manhã? Batendo... - ops' não era o Ricardo - me desculpa...
– Tudo bem ... Bom dia. - Não era o Ricardo. Ele era lindo demais. Japonês... corpo bem definido, cabelos pintados, estilo J-rock (calça baixa, preta,meia larga, cabelos loiros arrepiados, uma faixa no nariz?!?!?, blusa branca de zíper, tênis cano alto, estilo all star) Hm' - Eu sou o novo vizinho de vocês e estou precisando de uma ajuda... pode ser? - ele levou a mão até a parte de trás da cabeça e foi aí que eu percebi que ele estava com luvas de lutador... Fiquei com medo no início.. mas cedi.
– Pode entrar.
– Não, não precisa... - ele corou? Tá né.
– Eu insisto ... por favor. - nessa manhã... é legal conversar com um vizinho.
Entramos, fomos até a sala. - Pode se sentar.
– "Arigatô" , quer dizer, obrigado. - só pude sorrir... ele é tão fofo.

– O Caroool ! Você fez o café... - HAHAHHAHA ' a Priscilla descendo as escadas de short curto preto e topinho rosa cobrindo os seios fartos que me causam inveja ! A cara do vizinho foi ótima. Já ela, nem percebeu.
Ela foi para a cozinha e quando eu me virei para encarar o vizinho, ele estava estagnado . Ficou parado olhando para os cabelos lisos e castanhos, com olhos combinando, porém mais claros.. pelo menos ela não desceu de roupa íntima como de costume.
– Bom, Sr...
– Reita... pode me chamar de Reita. - Nome bonito.
– Carol, como você já deve saber. O que te trouce ao Brasil?
– Férias...
– Você disse que estava precisando de ajuda... no que posso eu ajudar? - estava curiosa... e tenho dizer que era só pose.
– Bom.. por enquanto estou sozinho lá em casa , meu amigo vai chegar mais tarde e preciso de ajuda de mãos femininas para organizar. Sabe eu não sou nada organizado, sou totalmente inexperiente nisso. - ele levou novamente a mão atrás da cabeça e fez uma cara de confuso e envergonhado, sorriu. - Eu percebi que aqui só tem meninas ... e pensei em pedir ajuda... eu preciso muito
– Ah táh. É verdade .. aqui só mora eu e minhas duas amigas... diria até irmãs. - ele fez uma cara de curioso, olhou para a cozinha e me encarou.
– Qual o nome daquela que desceu ? - ele parece interessado.
– Priscilla.
– Hm' Bonita. - é impressão minha ou ele é bipolar, ele simplesmente ficou sério. Vou dar uma forcinha.
– Priiiiiiiiii.... você pode vim aqui por favor. Eu vou dar uma olhada na July. Pode ficar com o nosso novo vizinho? - a minha intenção era ver a July mesmo, mas queria tirar uma lasquinha disso.
– Vizinho ? Aqui? Você poderia ter me avisado. - ria por dentro com isso.
– Antes de você vir... eu deixo você subir para botar uma roupa... - minha intenção é deixá-la mais envergonhada ainda...
Ela subiu as escadas correndo, toda vermelha .
A sala é separada da área de onde subimos... ainda bem .
– Reita... eu vou subir para ver a minha outra amiga. Ontem ela não passou muito bem e eu dou um olhada nela nos meus dias de folga. A Pri vai vir ficar com você. - sorri amigavelmente.
A la vonté.– Francês? Hm'
Merci. – imagino que ele tenha um ofício bem … interessante.
A Pri desceu as escadas com um short jeans, chinelos, cabelos presos em um rabo baixo, e uma blusa regata de decote, bem simples como de costume. Ela me chamou no canto.
– Da licença. - me levantei e fui ver o que ela queria.
– Olha, você acordou, você tomou banho, você está arrumada... de short, de chinelo, de blusa larguinha branca ... que combina com a sua pele... tudo isso ' agora .. você poderia ter me avisado para estar do mesmo jeito que você... BONITA ! - pelo visto ela estava irritada mesmo. Os detalhes da roupa só atestavam que ela estava fazendo a faculdade certa ... moda --'
A minha pela era morena ... meus cabelos pretos lisos, com reflexos loiros... meu corpo magro com coxas bem avantajadas me ajudavam ... hahaha '
– Tá... agora você poderia ir lá logo fazer companhia para o novo vizinho. - finalizei.
– Mas diz aí amiga... ele é bonito?
– Você não está com o Gabriel ?- ela nem o olhou ainda já está interessada.
Eu não gosto muito do Gabriel com ela, parece que ele só quer se aproveitar.
– É, é. É...
Terminei logo com aquilo, ela foi até a sala e eu subi as escadas.

To be continue...

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Traição tem perdão? (cap: 2)

Priscilla POV

– Você acha que foi uma boa ideia deixá-los a sós?
– Vai ficar tudo bem. Você sabe que é melhor para ela. Cara, ela não vive mais. - queria ter essa certeza que a Carol tem. ' Ta tarada,ta tarada,ta tarada ...' o meu celular estava tocando.
– Alô?
– Oi amor... é o Gabriel. - Ui ! Amor? Seduziu... haha '
– Oi amor. Ligando a essa hora? - Carol me encarava gesticulando ... queria saber quem era.
– É, queria te chamar para ir na boate Marble Hall hoje... tá afim? - minha boca abriu, meus olhos se arregalaram...
– Bom, eu já estou aqui...
– Podemos nos ver então.. o que acha? - o que eu acho? está brincando né?
– Tudo bem... pode vir para a área VIP. - só pude rir . Fico imaginando a cara dele...
– Área VIP? Ok ... beijos. -
'tu, tu , tu ,tu...'
– Carool.... O Gabriel está vindo! Ele me ligou... eu não precisei ligar ! Ai meu Deus !
– Dava para imaginar que era ele.. pela sua cara.
Podia sentir meu sangue ferver de ansiedade. O Gabriel, finalmente.
– Vou para a porta encontrar o Gabriel... tchau. - fui o mais rápido que pude, só não fui mais rápido porque o salto não deixou.
Carol POV

Fiquei sozinha... Ok então. Vou atrás da July. O problema é... onde está a July? Não tem ninguém na mesa.
– Oi. Você viu para onde a minha amiga foi? - o segurança me olhou com uma cara de interrogação.
– Ela passou mal e o Sr. Ricardo a levou para o seu escritório.
– O quê? Onde fica o escritório dele? - não sei que cara o segurança fez ... só sei que eu ia atrás dela... o Kai tem algo haver com isso.
July POV

Acordei meia tonta... o Ricardo está do meu lado e a Carol...
– Graças ao meu bom Deus você está acordando... - Carol exageraaaaada. - O que você fez com ela .. seu verme covarde? - ela estava estourando de raiva.
– Calma . - nossa.. como estava me sentindo pesada. - ele não fez nada.
Consegui evitar os socos da Carol no Ricardo, mas seria engraçado...
– Amiga... o que ho...
– July, eu amo você e posso mudar isso. Me perdoa se fui duro demais.. - Ricardo cortou a Carol e não sabia quem era ela.
– Olha aqui... se você me cortar outra vez eu faço sua cara conhecer o meu punho... e não pague para vê... - nunca vi a Carol desse jeito, medo - Amiga...o que houve?
– Só quero que você me leve para casa, por favor. - nessas horas a melhor coisa é ficar debaixo do meu lençol.
– Eu levo vocês de carro ... - agora ele tem carro? Hm...
– Não... você...
– Pode nos levar, obrigada. - cortei a Carol... agora sou eu que vou levar bronca, mas queria falar com o Ricardo ainda.
Eles já se conheciam, mas não tem intimidade, parecem crianças.



Priscilla POV

- Oi Gabriel. - Hm ' aqueles olhos azuis me olhando.. fervi UI'
– Oi... Tudo bem ? - os beijinhos no rosto. Ainda no rosto...
– Tudo e você? Aproveitando muito? Estava passando por aqui e lembrou de mim? - vamos ver se esse jogo funciona.
– Eu sempre lembro de você... - o cabelo loiro sempre penteado do mesmo jeito, caindo nos olhos... a boca carnuda, calça jeans, blusa azul clara fazendo os olhos azuis dele realçarem...não resisti.
– Que bom não é? -
'me chama para dançar, me chama para dançar …'
– Quer dançar comigo? - ISSO !
– Adoraria...
As batida
s da música soavam alto. Ele me arrastou para o meio da pista e começamos a nos remexer...
' Pana pana americano... tantantantanran...'
Nossos corpos se mexiam com eficiência e extrema habilidade... até que a música trocou. Ela era eletrônica, porém sem letra.. apenas melodia... e claro... romântica ! AMEI'
Ele chegou perto de mim... apertou a minha cintura e me aproximou de seu corpo... e que corpo... seu rosto colado no meu, sua respiração, um suspiro...
– Posso te beijar? - tão rápido? Que direto... que bom... já queria né
– Tá esperando o que? - segurei seu rosto, olhei dentro de seus olhos cintilantes e o beijei com tudo... ali mesmo... no meio do salão! A coisa está esquentando...
O beijei com vontade, sem escrúpulos... passei a mão em seu peitoral, nos agarrando freneticamente até que... eu abro os olhos e vejo a Carol chegando ... AH não ! ah não.
- Pri ! Desculpa... oi Gabriel. A July está passando mal... vai embora com a gente? - ela me puxou a sós... - se eu fosse você, ficava . hahah ' - voltamos para perto do Gabriel.
– Eu fico... vejo vocês lá. -
com um monte de novidades.
– Tudo bem ... beijos. Cuida dela em Gabriel! - ele sorriu dando um tchauzinho simpático para Carol.
– Onde estávamos? - Como? Ele me disse isso mesmo? Me amarrota que eu to passada ! Haha '
As mãos dele se entrelaçaram na minha cintura e começaram a me apertar me dando um ar de paixão. Ele foi beijando meu pescoço, meu colo... as coisas foram esquentando e eu tive que parar e olhar para o rosto dele... ele queria mais...
– Vamos para o meu car...
– VAMOS ! - nunca fui tão rápida... estou tão desesperada assim? E se for um erro? É um erro...
Chegamos na porta do carro dele e eu me toquei... realmente é um erro.
– Olha Gabriel.. me desculpa, mas é que ... eu sei que eu gosto de você , está tudo muito bom, mas não dá. Além disso não dá... eu preciso ir para casa .. a July precisa de mim.
– Bom, tudo bem ... depois de tudo ... saiba que eu am...gosto muito de você. Quer que eu te leve? - ele ia falar amo ou é impressão minha?
– Eu aceito...
Entramos no carro e partimos.
July POV
Graças a Deus chegamos em casa... eu pude deitar na minha cama e conversar com o Ricardo.
– Carol... chama o Ricardo para mim...
– Mas...
– Chama logo...
– Ok. Qualquer coisa me chama. - ela só quer ser protetora... até demais.
'toc, toc, toc'
– Entra Ricardo. - tentei fazer a voz mais gentil que pude.
– Me chamou?
– Sim, queria falar com você... muito sério - gesticulei para ele se sentar na cadeira ao lado da minha cama, posta pela Carol... ela dá as indiretas quando quer - Eu sei que você gosta muito de mim …
– Te amo..
– Está bem , mas como você pode ver... eu ainda sofro pelo Kai. Agora, eu consigo admitir isso.. e estou tentando passar para outra, mas infelizmente... não é com você... desculpe ser direta, eu tentei... realmente, mas não consigo... se pudermos só ser amigos. - ufaaa ' falei tudo rápido demais .. será que ele entendeu?
– Eu sei que você ainda sofre por ele... eu queria que você me desse só uma chance, mas pelo visto vou morrer te querendo sem te ter... - o olhar dele é cabisbaixo. Será que eu estou fazendo a coisa certa? - mas eu ainda quero ser seu amigo .. e estarei aqui esperando por você. - em um impulso ele me deu um abraço apertado e saiu... com uma lágrima no rosto me encarou e fechou a porta devagar...
CAROL POV

-Então Ricardo...
– Carol, eu amo a sua amiga e estou aqui para ajudá-la no que for necessário...
– Antes de tudo... você tem que parar de me cortar ... QUE DROGA.. Agora entenda! Ela ama o Kai ... eu nunca vi alguém sofrer tanto assim por causa de uma pessoa... só em novela ... - Eu brinquei, mas sei que o negócio é sério.
– Eu entendo... Ela ama o Japão. Não foi lá que ela conheceu o Kai? Leve-a para lá. - viajar? Porque eu não pensei nisso? Eles podem se acertar de uma vez... eu tenho que arriscar ... é tudo ou nada '
– Obrigada Ricardo.
– De nada ...
Ricardo saiu e a Pri entrou.
Pri POV

– Saiba que eu me diverti muito... - ele está apaixonado. Me dizer isso com uma cara de chocolate derretido.. hmmm'
– Também me diverti. - ele se aproximou para um beijo... Caliente ui' - Tchau.

Saí do carro e quando entrei em casa ... Ricardo saindo.
– Oi. - sorri.
– Oi ...
– Já está indo? Aconteceu...
– Sim, eu amo a sua amiga e ela não me quer... quer o Kai...
– eu entendo... Posso te dar uma dica?
– Hm...
– Quer ganhar pontos com a July, tem que ganhar com a gente... então... pare de nos cortar principalmente a Carol... ela odeia isso.
– Me desculpa, é que ...
– Eu sei. Agora, vai para casa e descansa. Beijos.
Entrei em casa e o deixei lá... cortando a si próprio.


– Oi Carol ! Você não sabe o que aconteceu ! - minha animação era nítida, mas a da Carol não.
– Oh que bom ! Ele te beijou.. vou dormir . - Hm ?!?!?!? O que esta acontecendo Carol subiu as escadas e eu não entendi nada. Algo tinha acontecido e eu estava de fora. Portando.. acho que vou dormir também.

To be continue...

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Traição tem perdão - Cap 1

July POV
- Não acredito nisso! - eu disse isso com o olhar mais sarcástico que conseguia. Não podia ser verdade que a Pri conseguiu pegar o telefone do Gabriel.
- Peguei e com muito gosto ! - ela sorriu, como se fosse uma conquista digna de ser aplaudida.
- Você já parou para pensar que isso pode ser obsessão?
- Concordo com você. - balancei a cabeça concordando com a carol sobre esse total absurdo.
- Gente! Dá para vocês pararem? Eu vou ligar para ele ! É a chance que eu tenho de sair com o cara mais GATO de toda a faculdade :'( ... O Gabriel é... - fez uma cara de pensativa.
- Mulherengo. - finalizei. Eu acho o Gabriel bonito também. Afinal, não posso negar que gosto dos olhos azuis dele, do  corpinho definido, da boca sedutora, mas é só isso.
- Ah pára! Agora que eu estou conseguindo o que eu queria ... vocês tem que abrir a boca? - parecia nada satisfeita com o que dissemos.
- Olha, não vou te impedir, mas acho que há homens melhores. Ele já é mulherengo e você ainda pede o telefone dele? Você deu o seu ou você que vai ligar? - pelo visto estava disposta a seguir com isso...
- Dei, é claro. Ele falou que ia me ligar, mas não vou aguentar de ansiedade. - disse como uma criança pedindo doce.
- Pelo menos você deu o telefone para ele. Só não vou dizer para esperar porque me parece inútil. - concluiu a conversa encarando-a.
 A Pri sempre foi a mais foguenta de nós três. Adora uma barriga de tanquinho, não pode nem vê que quer logo ir lavando roupa. Chega, fica chato.
 Sentei em silêncio no sofá do quarto da Carol e continuamos nos fitando como se nossas vidas não passassem de rotina.
- Tínhamos que fazer alguma loucura... - Carol quebrou o silêncio e eu ? Me espantei ...
- Ah não Ca-ro-li-ne! Não comece com as suas doidices!
- Vai gente... nós nunca fazemos nada demais... :'(
- Tô com você fofa! *-* - como assim a Pri concordou? Ela sabe que as doidices dela sempre acabam em encrenca...
- July? Vamos, por favor ? - me fitou com olhos de pidão...
- O que você tem em mente?  - acho que minha sobrancelha arqueada, ao perguntar, fez com que ela repensasse na situação...
-Podemos ir na boate Marble Hell , no centro, e falar com aquele garoto... Qual o nome dele?...- não sei como ela consegue falar tão rápido...
- Ricardo... - revirei os olhos.
- Isso! Ele gosta de você não é? Ele pode nos fazer entrar de graça ! *-* - como os olhos dela brilharam com a idéia, me assustando - Faz tempo que não vamos gente ... :'( . A loucura é você beijá-lo July ! haha ' - ela riu porque sabia da maldade. Eu não queria ninguém e sabia disso...
- Vamos amiga ! Desde que você deixou o Kai, nunca mais voltou a ser a mesma...
- Você não tem nada haver com isso... não quero ouvir esse nome. - meu corpo todo tremia de raiva, de decepção, minha cabeça parecia que ia estourar... enquanto a Pri nos olhava atenciosa...
- É, já faz 2 anos. Você tem 23! Passa para outra... -Pri apoiou as duas mãos nos meus ombros e olhou dentro dos meus olhos como se olhasse para a minha alma. Como pôde? Ela sabe que eu não quero passar para outra, não é tão simples assim...
 O pior... É que elas tinham razão. Depois que terminei com o Kai, nunca mais procurei me divertir... sem ele é difícil.

    *Flash back on*

 2 anos antes...
 - Você é a menina mais linda que eu já vi - seu tom sedutor e seus olhos me fitando sempre foram motivos para me arrepiar - seus cabelos... - alisou meus cabelos - sua pele clara... - afagou meu rosto, enquanto eu fechava os olhos e aproveitava cada toque.
 Ele beijou meus lábios de maneira doce e vagarosa ansiando para aprofundar o beijo.
 Os momentos com ele, eram os melhores de todos, ainda mais quando ficávamos abraçados no sofá da sala dele. Encostar a cabeça em seu peito, fechar os olhos, ouvir as batidas de um coração que sempre estava sincronizado com o meu é música para os meus ouvidos.
 - Eu te amo... - disse beijando o seu pescoço, fitando-o.  Seu olhar era aflito.- O que houve? - ousei perguntar. Seus olhos negros fundos se fecharam...
- Eu também te amo, mas preciso lhe contar algo... - afastou-me de seus braços e sentou-se de frente para mim com um ar sério e preocupado. Só me dei conta de que a preocupação era grande quando uma lágrima rolou de seu rosto...
- Me diz... está começando a me assustar...- minha voz tremia.
 Ele abaixou a cabeça escondendo seus olhos embaixo da franja negra que não pôde esconder a lágrima que escorreu de seu rosto.
-  Eu te traí...semana passada quando fui ao Japão. - finalmente ele me encarou e eu estava congelada no meu lugar, minhas mãos suavam, podia sentir o frio nos meus pés descalços e o meu coração acelerando...
- Você... o ... quê? - eu não me mexia, meus olhos olhavam para o nada...
- Foi sem pensar... me perdoa! A última coisa que gostaria é de te perder. Eu te amo... - quando ele me abraçou senti a pele dele ardendo contra a minha. Percebendo que eu não mexia, me soltou e a minha cabeça pendeu, pude sentir uma lágrima rolando pelo meu rosto.
- Como pode me amar? - falei quase sem ar... - me traindo? É assim que me ama? - me descontrolei, meus olhos se encheram de lágrimas e só pude  dar socos em seu peitoral... - É assim? - estava histérica.
 Ele não se mexia, não falava, não me olhava, só ficava parado aceitando tudo que eu fazia e falava...
- É isso que você faz lá? Foi bom? Quando está comigo pensa nela? - não sabia se gritava, se chorava... perdi os sentidos e ele apenas ficava lá, parado. - Eu não quero mais te ver... nun-ca mais... - parei, olhei e saí em direção à porta, mas ele segurou o meu braço e eu reagi com um tapa em sua face..
- Não vai, por favor... - seus olhos eram profundos nos meus... Soltei-me agilmente, peguei minha bolsa e parti.
 Vaguei pela rua, sem rumo. Como ele pôde?  Não consigo imaginar... Por que fui confiar? Eu pensei que ele me amasse. Então, qual era a intenção das carícias?
Seus olhos rasgaram o meu coração, doía em cada rachadura...
Ele parecia arrependido, mas duvido... Se ele me amasse, não me trairia...
 O mar ia e vinha, batendo no píer. Parei para olhar, refletir, respirar. O sol já ia nascer...
Meu celular toca, é o Uke Yutaka. Não queria vê-lo, ouvi-lo, nada. Não iria atender para escutar desculpas forçadas...
O homem que eu mais amei me traiu.
- Por que comigo?- senti minhas lágrimas esquentando a minha face decepcionada...
O sol nascendo foi o único que conseguiu prender a minha atenção naquele instante, mas não podia mudar o que eu estava convicta... Não tinha perdão.

Cheguei em casa, subi as escadas, entrei no quarto e bati a porta. O quarto parecia, naquele momento, o melhor refúgio.
 -O que houve? O Kai ligou preocupado... – ouvi aquele nome enquanto subia as escadas, foram como uma lança no meu coração. Pude apenas subir, me jogar na cama e mergulhar em meus pensamentos.
 Então o ‘outro‘ não contou a elas... covarde. Meus olhos se fecharam por um instante e caí em sono profundo. Mergulhei em uma escuridão e por lá quis ficar... não queria acordar. Só pude sonhar com o rosto do 'outro', enquanto luto para não focar nele e evitá-lo, mas não passa de um sonho. Finalmente, meus olhos se abriram. O quarto estava escuro, com a janela aberta, já era noite. Tudo estava limpo, só podia ser coisa da Carol e da Pri, mas não me animava...
 Meu corpo enrijecido como se tivesse parada por uma eternidade. Tentei me levantar, mas minhas pernas penderam ... me deixando de joelhos ao lado da cama onde me apoiei... simplesmente, não tinha reação.
 - O que houve? Ouvi barulhos... - Pri entrou no quarto, se ajoelhou ao meu lado e me abraçou.- Não fica assim amiga... - eu só pude chorar em seus braços enquanto ela quieta afagava meu rosto, mas é inútil...ela só podia limpar as lágrimas, mas não acabar com a dor...
- O Kai me traiu... como pôde? - disse rápido para não pensar... não doer mais do que já doía...Enquanto ela continuava quieta me ouvindo...séria.
- Vamos levantar. - ela me aconselhou. Me apoiei nela para me levantar, me sinto fraca, só pude me jogar na cama...
- Quanto tempo eu dormi? - afinal, não tinha noção nenhuma do quanto havia dormido. Só via a lua da minha janela.
- 3 dias. - não tive reação. Ela abaixou a cabeça - Passamos um problemão com você. Não sabíamos o que havia acontecido. Quando você não acordou no dia seguinte e não nos ouviu chamando para o café da manhã começamos a ficar preocupadas e subimos para te vê. Você ardia de febre e na segunda noite você se debateu na cama. Eu e a Carol revezamos na faculdade para ficar com você. - ela olhou em meus olhos. Não sabia o que dizer, não sabia que estava sofrendo tanto...

*Flash back off*

 Passei semanas com delírios e febre. Agradeço a Deus por ter Carol e Priscilla comigo. Não são todas as amigas que revezam na faculdade por outra.
 - Tudo bem ... vamos na Marble Hell ¬¬' - cedi, mesmo não acreditando no que eu acabara de fazer.
 - Isso! Agora ligue para o ... - me olhou esperando uma resposta.
- Ricardo... ¬¬' - revirei os olhos.
- É, é. Vamos lá, é para hoje. - ela nos expulsou do quarto as pressas.

 Abrindo o meu armário é que eu percebi o quanto eu havia perdido. E do jeito que a Carol é, ela vai querer inventar algo. Já eu, não combino muito com o estilo da Carol. Meu Deus, ela vai me empurrar para todos os garotos...Não acredito que isso está acontecendo. É difícil me vê com alguém...
- Você já ligou? - meu coração disparou.
- Que susto ! Como você invade o meu quarto desse jeito Carol? - tive a impressão de estar tendo um enfarte. Pelo menos me sentia viva assim.


- Alô? - não havia percebido que a voz do Ricardo era tão doce, ainda mais no celular.
- Oi Ricardo, é a Julyanne. - saiu a voz mais falsa que já ouvi.
- Oi, que saudades. O que aconteceu para me ligar a essa hora? - ficou entusiasmado até demais...
- Preciso de um favor seu. - sorri- Preciso que você consiga três entradas de graça para a Marble Hell hoje. Consegue? - finalizei.
- O que eu ganho com isso? - Que discarado!
- Decido quando chegar...às 01:30 am? - meu rosto estava corando de vergonha.
- Por mim, tudo bem...- me pareceu satisfeito - É só chegar e falar  que o Ricardo Monsetti autorizou a entrada de vocês. Ok? - Convencido... ¬¬'

- Ok. Beijos. - desliguei rápido, não queria prolongar essa tortura.
 
 O que eu estava fazendo? Fugindo da verdade? Tentando provar alguma coisa para mim mesma? Provar que não dói mais?Mesmo sabendo que é mentira?

- Oi? Ainda está aí? Eu hein... paradona com o celular na mão... O que ele disse? - Carol me tirou de um transe.
- Falei... tá tranquilo. - sorri falsamente para desconversar, mas é impossível com a Carol.
- Precisamos te arrumar... - era só o que me faltava ¬¬
- Me arrumar? Como assim? Isso não estava planejado...
- Agora está... - como ela conseguia isso, eu não sei, só sei que ela não faz Direito à toa.
- O que eu perdo com isso ? vamos lá. - Não sabia até onde isso iria, mas o que custava?

***

 Quanto mais nos aproximávamos da boate, ficava mais nítido as pessoas na fila, animadas, com copos na mão e rostos felizes... até demais. Fazia tempo que não saía na rua a essa hora e via rostos diferentes.
- Somos July, Pri e Carol... O Ricardo Monsetti... - fico impressionada com a ousadia da Carol em certos momentos, mas é muito bom...
- Já estou sabendo. - cortou o segurança - Venham comigo.

  Entrar na boate foi como mudar de dimensão. As pessoas eram chiques, as luzes, as roupas, os corpos se mexendo como se fosse o último segundo vivos... Aquilo não era vida para mim, nunca foi. Cortejos, olhares, a cada dia parece que as pessoas se afundam mais na ilusão. Mas, logo eu digo isso. Eu que deixei de viver dois anos por causa de um infortúnio.
 O segurança andava pelas pessoas com muita destreza e nós apenas seguíamos. Para onde ele estava nos levando eu não sei, mas com certeza Ricardo planejara aquilo tudo. Deve estar querendo impressionar...
- A mesa de vocês. - O.O e que mesa! - O Sr. Ricardo já vem falar com vocês. Vou retirar-me , licença.
 Fiquei sem palavras olhando aquela mesa VIP, com serviço particular... área VIP. Eu não sabia que o Ricardo tinha tanto prestígio assim. Quem diria, talvez antes de conhecer o Kai tivesse investido nele e agora não estaria sofrendo.
 A mesa estava com taças de champaing, pratos a parte, talheres arrumados e QUATRO cadeiras... já estou até vendo que ele irá sentar com a gente.
- Que isso hein July... o cara é boa pinta e você ainda rejeitou.- a cara da Carol foi hilária e tenho que dizer que eu aproveitei para aumentar um pouco a minha alto-estima.
- Oi meninas ...- ele sempre aparecia do nada. Mas estava bem vestido: calça dins azul escuro, tênnis brancos e blusa da mesma cor com um 'blazer' cinza escuro, bem cortado, sobreposto. 'Hmmmmmm...' - Oi Julyanne. - era impressão minha ou parecia sair notas musicais da boca dele?
- Oi Ricardo. - minha bochecha ardia.
- Por favor, sem formalidades, não precisa falar meu nome a cada vez que for dizer algo. - ele já me conhecia bem, depois de tantas vezes tentar algo comigo.
- Tudo bem - sorri.
- Oi Pri. Oi Carol. - claro que com elas duas o jeito de falar foi diferente... ele foi falar com elas, mas sem a sutileza na fala, toque na cintura... e voltou para falar comigo, reparei que até o andar dele havia mudado.
- Então, você é dono da boate...- só pude perguntar, não sabia quase nada sobre ele, apenas que era 3 anos mais velho que eu, que morava duas ruas depois da minha, sozinho, e que tinha terminado a faculdade ano passado.
- Sou. Eu não falo isso para muitas pessoas, elas podem pensar que quero me aproveitar disso.- é verdade, se fosse com a Carol e a Pri. - mas sinto que você é diferente... - o olhar dele atingiu o meu, fazendo com que eu arrepiasse e fugisse. Fazia tanto tempo que não vivia aquilo que até com vergonha eu fiquei. - Vamos nos sentar, por favor. - que sorriso carismático.
 Como todo o bom cavalheiro, achegou-se por trás da minha cadeira e a posicionou para eu me sentar. É quase surreal pensar que ele espera por esse momento a 3 anos.
Ele se sentou ao meu lado, é claro.
- O que a fez repensar e vir me ver? - sua postura era descontraída. Sua pele morena e cabelos pretos lisos  combinavam com o seu sorriso.
- Bom, cansei de ficar em casa e resolvi sair, pensei que você trabalhasse aqui e podíamos nos encontrar. - eu ainda sabia conversar como uma pessoa normal, sem falar dos problemas...
- Depois que você terminou com o Kai, não foi a mesma pessoa... - a minha respiração começou a falhar - Você ficou emocionalmente fraca, fiquei muito preocupado ... - sua mão alisou o meu rosto e desceu até a minha cintura, chegou até o meu ouvido e finalizou dizendo:
- ...mas não mudou o que eu sinto por você.
 Um arrepio subiu pela minha espinha me fazendo fechar os olhos. Eu podia sentir a respiração dele no meu pescoço, quente e devagar.
- Não se preocupe, farei você esquecê-lo. - ele foi saindo de perto de mim e eu pude respirar novamente. Como ele mudou tanto... ele me seduzia, me atraía, mas era de longe do que eu sentia pelo Kai...com ele era mais amor e menos atração física e isso doía em meu peito.
 Senti um aperto no meu peito e meu corpo começou a enfraquecer, minha visão estava ficando turva... não, não, não... O Kai sorrindo, o seu toque, lembranças e mais lembranças estão na minha mente... meu físico não ...
- Cadê a Pri e a Carol ... - me apoiei na mesa me levantando, mas o Ricardo segurou o meu braço...
- Você está bem ?
- Cadê elas? Eu preciso delas.



To be continue...